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Sobre viajar sozinha - parte 2

  • Foto do escritor: Luciana Rovay
    Luciana Rovay
  • 16 de jul. de 2018
  • 2 min de leitura

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Uma mulher viajando sozinha gera curiosidade nas pessoas. É normal perguntarem de onde venho e para onde estou indo, o que estou fazendo por aqui e até gosto de responder a essas perguntas dos estranhos porque já aproveito para perguntar sobre suas vidas e conhecer um pouco mais da população local. Também é bom para variar um pouco da conversa interna onde me encontro sempre perdida em meus pensamentos. No entanto, há perguntas e comentários que quando ouço, percebo que o mundo realmente não se acostumou com a gente, e olha que viajo sozinha há mais de 20 anos...


Era a primeira noite em Sorrento, resolvi sair para jantar e procurei um restaurante na internet com comida típica italiana, algo mais caseiro. Encontrei o “Il Giardiniello”. Ao chegar me deparei com o restaurante quase vazio, exceto por um casal e uma turma mista no quesito gênero, de 5 ou 6 amigos, ocupando uma animada mesa. Sentei mais próxima da turma e o garçom veio me trazer o cardápio.


Eu não tinha nem feito o pedido da bebida, já estava sendo questionada se eu era casada e o que estava fazendo ali sozinha (!). Como macaca velha que sou, já nem perco mais o rebolado com isso, imediatamente meu marido imaginário que está trabalhando em Londres e viria me encontrar no dia seguinte, entrou em ação. Ainda presenteei o garçom com um sorriso sarcástico e seguro, além de um tratamento levemente mais formal em seguida. Me pergunto o que a pessoa que faz esse tipo de questionamento espera ouvir... E será que ele faria a mesma pergunta a um homem que estivesse ali sozinho? Provavelmente não.


Muitas das minhas amigas podem achar absurda a minha decisão de usar uma figura masculina para justificar minha presença ali, e que a minha resposta deveria ser mais esclarecedora explicando que não interessava se sou casada ou não, que eu estava apenas curtindo a minha vida e quiçá ainda perguntar se havia algum problema nisso. Que me julguem as feministas, mas me enfada tanto o embate. Já passamos dessa fase. Com direitos legais assegurados e independência financeira conquistados, pela minha paz, permito-me apenas me afastar de pessoas perdidas em sua ignorância enquanto sigo fazendo tudo o que quero e do jeito que eu quero.


Foco em realização e não em limitação. Avante!

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Sobre Mim

Bem vindos ao meu cantinho criativo! 

 

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