Outono na Sicília - Itália
- Luciana Rovay

- 6 de fev. de 2019
- 12 min de leitura

Uma ilha imensa, diversa nos cenários e cultura, muita história, mitologia, lendas e belezas naturais. Uma Itália à parte.
Em doze dias demos a volta pela ilha, só não conhecemos as ilhotas paradisíacas porque viajamos em novembro, quando os ventos e o frio restringem a visita, inclusive os barcos já não saem para as ilhas menores nessa época.
Daí já temos uma informação importante!!! Vale a pena visitar a Sicília nos meses de frio?
Até vale, mas o passeio é restrito à cidades, cultura e natureza sem poder ficar “lagartixando” na praia. A vantagem são os preços baixos e a tranquilidade de rodar sem trânsito ou filas. Não gastamos mais de 20 euros/pessoa em nenhum bed & breakfast, isso mesmo, quarto duplo quase sempre com café da manhã, nada de hostel. Os pedágios e estacionamentos pagos das cidades estavam desativados, o único lugar onde pagamos estacionamento foi em Taormina. Mesmo assim, recheamos todos os dias de atividades.
Para alcançar a plenitude siciliana, você deverá programar cerca de 20 dias nos meses de primavera maio/junho ou em setembro e estender a visita às ilhas Favignana, Eolis (Stromboli e Panarea) e quem sabe, até Lampedusa. No alto verão, os preços e as temperaturas altíssimas não me parecem tão atraentes. Mas é só uma questão de gosto...
Nosso Roteiro – 11 dias

Há duas cidades possíveis para a chegada de avião: Catânia ou Palermo. Decidimos iniciar na Catânia e finalizar em Palermo. Recomendo fortemente alugar um carro para essa viagem assim você pode vasculhar as cidadezinhas pequenas pelo caminho incrementando o roteiro.
Dia 1 – Catânia
Chegamos à Catânia, retiramos o carro no próprio aeroporto e seguimos para o hotel no centro da cidade. Aproveitamos o primeiro dia para passear pela cidade e eu diria que um dia é suficiente para um bom city tour pelo centro histórico e visitar os principais edifícios. A Catânia é cheia de contrastes e possui uma atmosfera um pouco escura causada pela pedra lávica, utilizada nas construções. Isso causa uma certa má impressão no início, mas depois você entende que é o jeitão da cidade.

Comece pela Praça do Duomo, visitando a Basílica de Sant´Agata, a Basílica Collegiata, a Fontana dell´Elefante e a Fontana dell´Amenano, que segundo consta teria sido uma das referências para a contrução da Fontana de Trevi. A poucos metros dali, na Badia de Sant´Agata onde é possível subir no terraço para uma bela visão de todo o centro da cidade e se o céu estiver sem nuvens é possível avistar o vulcão Etna. Dali, seguindo pela Via Etnea, uma das mais agitadas avenidas com comércio e cafés, você passa pela Piazza Universitá e pode começar a se perder pelas travessas e paralelas. Ao redor, você vai se deparar com inúmeras igrejas, um Anfiteatro Romano encravado bem no centro da cidade, o antigo Mosteiro dos Beneditinos (que hoje abriga uma universidade) e o Teatro Massimo Bellini. Por ali há também algumas vielas com bons restaurantes. Não deixe de experimentar os pratos típicos!
A noite em Catânia também vale uma volta nos bares e enotecas onde pela primeira vez na Itália nós ganhamos saideira!!! (Ponto para a Sicilia!)
Dia 2 – Vulcão Etna / Nicolosi / Aci Trezza
Dia de explorar a região e muita aventura na estrada para o Etna já que a neblina lá em cima foi a mais tensa que já peguei na vida! Há informações detalhadas de como chegar lá por conta própria neste site bem como informações sobre excursões, que acho muito válido já que os guias estão mais antenados nas condições climáticas e os passeios incluem outras paradas que achei interessantes. Espero voltar para fazer um deles!

Bom, com informações em mãos seguimos para o Rifugio Sapienza, primeiro ponto de apoio da visita ao Etna. O tempo lá em cima estava muito feio. A neblina não permitia ver mais que 2 metros a frente, portanto, não teve vista bonita, mas sim, pudemos observar o terreno, as pedras vulcânicas e a vegetação, escassa sim, mas existente lá em cima. Neste ponto, a 2 mil metros de altitude, existe um café/restaurante onde é possível tomar um bom chocolate quente e apreciar as muitas fotos das erupções espalhadas pelo local.
Diante da impossibilidade de prosseguir com a subida (o teleférico até o segundo ponto de apoio estava fechado devido ao mau tempo), resolvemos descer para uma cidadezinha chamada Nicolosi que tem o charme de cidade de montanha e também serve como base para os aventureiros do Etna. Lá, almoçamos na Osteria Garibaldi, um achado com ambiente super agradável e comida deliciosa.

Para aproveitar o final da tarde, desviamos a volta um pouquinho para assistir o pôr-do-sol em uma cidadezinha chamada Aci Trezza, que guarda uma lenda por trás dos farelhões. Diz ela que os farelhões (foto) seriam na realidade as rochas lançadas pelo gigante contra o navio de Ulisses na “Odisseia” de Homero. O fim da tarde reúne os turistas na beira-mar para apreciar a belíssima paisagem e o movimento das muitas aves que parecem também se reunir ali nas pedras nesse horário completando o cenário.
Dia 3 - Taormina
Seguimos viagem para Taormina, a pérola da Sicilia! Quem vem à região não pode deixar de visitar Taormina! Ela reúna história, belíssimas paisagens, luxo, badalação e gastronomia! Ou seja, é a mais completa das cidades! Encravada nas montanhas e rochedos à beira mar, lembra um pouco a Costa Amalfitana. Pensa num charme!? Só que o plus de Taormina é que ela guarda o resquício de um teatro grego bem no alto com uma vista incrível para o mar e o Etna!

Antes de chegar em Taormina, fomos parando na estrada a cada mirante incrível para tirar fotos e apreciar a paisagem. Quando você chega no alto da montanha, há algumas opções de estacionamentos pois não é permitido trafegar de carro pelo centro da cidade. Nós usamos o Porta Catania Parking, ele tem fácil acesso à porta da cidade.

O centro conta com a Corso Umberto, principal rua repleta de lojas e restaurantes, cortada por inúmeras vielas a serem exploradas. Duas praças principais também reúnem movimento: a Piazza del Duomo e a Piazza IX Aprile. Na Piazza del Duomo está a Catedral, construção medieval com decoração gótica por dentro, e na Piazza IX Aprile, um amplo terraço com uma das vistas mais lindas da cidade. Foi lá que comi uma das melhores massas da minha vida: ravióli ao pistacchio. Para experimentar doces incríveis e o delicioso torrone mórbido, vá a Pasticceria Minotauro, dá vontade de experimentar absolutamente tudo o que tem lá.
Taormina conta ainda com uma bela praia, de pedrinhas, acessível por teleférico. Certamente é possível acessar de carro mas nós fomos de teleférico para não ter que ficar procurando lugar para estacionar, tarefa quase impossível, é mais prático esquecer o carro lá no estacionamento durante toda a estadia. O charme dessa praia tem uma personagem principal chamada Isola Bella, uma pequena ilha que fica na verdade bem pertinho da faixa de areia. Dependendo da maré ou da temperatura da água é possível acessá-la caminhando mesmo. Um ótimo lugar para relaxar e curtir o barulhinho das ondas nas pedras, que como disse minha companheira de viagem, Fê, “é a natureza aplaudindo esse dia lindo”.
Dia 4 – Taormina / Siracusa

Na manhã do segundo dia de Taormina, fomos conhecer o Jardim Público (também chamado de Parco Colonna ou Villa Comunale), gratuito, que combina belos jardins e a vista incrível do mar esmeralda e do Etna. É um ótimo lugar para relaxar do agito do centro, principalmente no verão. De lá, seguimos para o Teatro Grego ou Teatro Antigo, segundo maior teatro grego da Sicília, que no verão conta com diversos tipos de apresentações e eventos. A visita com o audioguia custa 15 euros. Já sonhando em voltar para algum deles porque a vista é incrível. Assistir um concerto lá em cima deve ser uma experiência inesquecível!
Seguimos viagem à tarde para Siracusa. A primeira dica é se hospedar em Ortigia, a ilha onde fica o centro histórico, ou nas proximidades da ponte que dá acesso a ela. O centro de Siracusa nos impressionou muito pela conservação dos edifícios e beleza das praças. É possível visitar o centro todo em meio dia e a minha sugestão é fazê-lo durante a tarde para apreciar o pôr-do-sol passeando pelo calçadão do porto que embora não tenha nada demais além dos iates de luxo, o sol se põe no mar e a luz ressalta os desenhos dos prédios tornando o passeio muito bonito e agradável.
As principais atrações do centro além das vielas repletas de lojas e restaurantes são o Templo de Apollo, logo na entrada de Ortigia; a Fonte de Diana, toda dourada, tente vê-la durante o dia; a mitológica Fonte Aretusa e a Piazza Duomo.

Na Piazza Duomo está a Catedral de Siracusa, a Igreja Santa Luccia ala Badia, onde está o quadro de Caravaggio “Il Seppellimento di Santa Lucia”, várias confeitarias e é o principal cenário do filme Malena, que citei nas referências cinematográficas! A praça é realmente belíssima e fazíamos questão de passar por ela cada vez que cruzávamos a ilha.
Dia 5 – Day trip - Noto/Portopalo di Capo Passero/ Marzamemi
Essa dica nos foi passada pela dona do B&B e decidimos arriscar já que conhecemos Siracura mais rápido do que prevíamos. Fomos explorar as cidades de Noto, Portopalo e Marzememi.

Noto fica a cerca de 35 km de Siracusa e é considerada a capital do barroco siciliano pela Unesco. Sua principal avenida (adivinhem?) é a Corso Vittorio Emanuele onde você encontra além de cafés, lojas de produtos típicos e souvenniers, a imponente Catedral de Noto e o Palácio Ducezio. Nesta avenida e na Via Nicolaci há ainda outros edifícios com arquitetura interessante para apreciar. O calcário, utilizado nas construções dos palácios, dá um tom dourado com a luz do sol refletida, o que as deixa ainda mais bonitas. Se estiver lá em maio, atente-se às datas para tentar estar lá no dia da Infiorata, principal evento da cidade, onde eles constroem um tapete de flores formando figuras por toda a rua.

De Noto seguimos para Portopalo di Capo Passero, cerca de 30 km adiante, conhecida por ser a praia mais ao sul da Sicília, exatamente a divisa entre o Mar Jônico e o Mediterrâneo. A paisagem litorânea é bonita, a estrada também e no verão certamente é rota que ferve! Há ainda outras praias na região a serem exploradas se você for no verão, como San Lorenzo e Eloro. Na volta para Siracusa, paramos para conhecer Marzamemi, uma gratíssima surpresa! Uma pequena vila de pescadores com apenas uma praça com pequenas casas de pedras e portas coloridas, antigas casas transformadas em lojas e restaurantes, lembrando uma paisagem meio desértica, meio espanhola, meio árabe, e de repente um pátio repleto de mesinhas, brisa suave, deliciosa vista para um mar de águas tranquilas repleto de barquinhos coloridos, como se estivéssemos em Paraty. Um convite ao dolce far niente. As horas mais bem gastas do dia, entre um drink de aperitivo e uma porção de fritura de peixe e lula. Super recomendo!
É possível fazer esse tipo de day trip também para Ragusa ou Módica. Se a visita for durante o alto verão, aconselho a alternativa da praia que ferve perto de Siracusa, Fontane Bianche com os famosos lidos ou clubes na praia.
Dia 6 – Siracusa/ Agrigento

Seguindo ainda as dicas da nossa querida host de Siracusa, visitamos o Parque Arqueológico Neapolis na manhã do dia em que estávamos nos despedindo, pois o parque fica na saída da cidade, já bem próximo à estrada para seguir viagem. Siracusa foi a principal cidade da Sicilia Grega portanto o parque conta com uma história riquíssima que pode ser acompanhada pelo audioguia (15 euros). A visita dá acesso ao Altar de Hierão II, Anfiteatro Romano, Latomia do Paraiso, o impressionante Ouvido de Dionísio (coragem e entre gritando!) e o imenso Teatro Grego. Prepare-se para usar também a imaginação já que hoje o que sobrou das construções são apenas as fundações esculpidas nas pedras. Existem vídeos incríveis na internet com as simulações do passado que ajudam bastante caso a imaginação não ajude.
Lanchinhos no carro para almoçar na estrada, seguimos para Agrigento (220 km). Olha a economia aí, gente!
Agrigento tem um centro histórico bem pequenininho e que só fica mais agitado no final de semana. Ainda bem que chegamos na sexta! A cidade acaba servido apenas de passagem para quem vem conhecer o Vale dos Templos. A Via Atenea é a rua principal, além de uma paralela bem pequena, a Via Pirandelo, com lojinhas e restaurantes e as vielas misteriosas que atravessam nem sempre são tão charmosas, mas vale se perder. Passeamos pelo centro somente à noite para jantar nas duas noites que estivemos lá portanto não exploramos muito as igrejas e edifícios, mas na realidade não teve nada que nos chamou muito a atenção para ir durante o dia. Nessa noite jantamos na Trattoria Concordia, bem recomendada e aprovada. Na noite seguinte, fomos no Pititto Ristorante (MA-RA-VI-LHO-SO!) para comer a pasta nera com abobrinha e lagostinha. Para uma leve ferveção no sábado à noite, tomar um vinho e bater papo, o novo bar NZola é moderninho, descolado e estava agitadinho, mas vimos outros pela cidade também.
Dia 7 – Agrigento (Scala dei Turchi / Vale dos Templos)

Os dois principais pontos de interesse próximo a Agrigento são a praia Scala de Turchi e o Vale dos Templos. Passamos a manhã na Scala dei Turchi (Escadas dos Turcos), que possui esse nome devido à uma enorme formação rochosa em formato de escada na ponta da praia. Lindíssima! A praia tem uma extensa faixa de areia e um restaurante bem estiloso na ponta oposta à “scala”. Mesmo no frio, a visita vale a pena pois a paisagem é incrível! O melhor ponto para fotos é no mirante que fica um pouco a adiante na estrada, passando o rochedo.

Deixamos o Vale dos Templos para o final da tarde de propósito pois a luz desse horário deixa a visita mais bonita e como o parque fecha às 19h, é possível ver os monumentos iluminados, ou seja, as duas versões, com luz, sem luz. Em termos de visita á ruínas gregas na Sicília, esse foi o lugar que mais me impressionou pelo tamanho dos monumentos, do próprio parque e da paisagem lá de cima! Planeje-se para 3 horas de visita e pegue o audioguia para entender a história e as curiosidades do lugar. Vale a pena!
Dia 8 – Trapani

Dia de seguir viagem! Nos estabelecemos em Trapani considerando os seguintes pontos de interesse: Erice e Favignana. Teríamos uma noite e escolheríamos lá o que fazer dependendo das condições climáticas. Ao chegar, o tempo estava completamente fechado e nos informaram que aquela semana o mar estava agitado e os barcos não estavam saindo para Favignana. Plano B ativado, tentamos ir para Erice, uma cidadezinha medieval no alto do Monte Erix, muito, muito alto! Estrada acima, a neblina cada vez pior, o tempo fechando ainda mais, demos meia-volta e retornamos para Trapani. Siga sempre a sua intuição nas viagens, não ultrapasse os limites só para vencer o que parece ser apenas medo. Se algo te disser que não é uma boa idéia, não vá.
Felizmente era final de domingo, quando os italianos fazem a passeggiata! Domingo é dia de passear/caminhar pelas ruas do centro, tomar um café ou fazer um aperitivo com os amigos. Almoçamos tardiamente no Osteria La Lanterna, onde há comida típica imperdível como o cuscuz (marroquino) de peixe. Muito bom! Depois fomos flanar pelo centro que surpreendeu positivamente com lindas ruas e edifícios refletindo o passado glorioso dos reis do sal. Essa região é conhecida pelas salinas, hoje, em parte desativadas, fazem parte de uma área ambiental protegida e administrada pela WWF por ser ponto de aves migratórias como os flamingos. É possível visitá-las agendando no site da fundação. Voltando ao centro, há lojas de grifes e confeitarias muito bem decoradas pelas ruas, um ou outro bar mais moderninho (fiquei com a sensação que no verão é um belo agito!) e muitos B&B charmosos.
Dia 9 – Erice / San Vito lo Capo / Palermo

Tempo firme, seguimos para Erice, uma cidadezinha medieval com ares misteriosos e uma vista maravilhosa. Vale a visita ao Castelo e a Igreja da cidade, muito bem conservados. Vá com fome para provar doces típicos nas incríveis confeitarias e na comida deliciosa do Caffé S. Rocco. As lojas de porcelana também encantam.
Dirigimos até San Vito Lo Capo para conhecer umas das praias mais agitadas no verão. A paisagem na estrada já é deslumbrante e a praia de areia, águas claras e faixa de areia larga, é uma das mais parecidas com as nossas praias brasileiras, perfeita para curtir o dia todo.
Dia 10 e 11 – Palermo
Palermo é talvez a cidade mais característica da cultura e diversidade siciliana. Uma cidade repleta de imigrantes onde se vê variedade de lojas, restaurantes e feições diferentes. Ela conta com um passado glorioso de riqueza e um presente decadente e caótico. Muitas igrejas (mas muitas mesmo, acho que foi a cidade onde mais vi igrejas na Itália), muitos museus, dois grandes teatros, a maioria das atividades está em lugares fechados.

Muitos sites indicam os mercados de rua, o mais famoso é o Mercato del Capo, mas a menos que você seja um chef ávido por comprar especiarias, de verdade, não vi nada muito diferente das feiras que temos no Brasil. Dentre as igrejas mais bonitas, cito a imponente Catedral de Palermo e a Chiesa del Gesú, essa última escondidinha na Piazza Casa Professa, uma JÓIA, talvez uma das igrejas mais lindas que já vi na vida. Durante as andanças não deixe de ver o Teatro Massimo, o Quattro Canti com suas fontes e esculturas e a Fontana Pretoria. Dentre os museus, os principais são o Palazzo dei Normanni com a Capela Palatina e também achei interessante o Museu da Inquisição.
Lista dos produtos típicos absolutamente IMPERDÍVEIS!
Vinho Nero D´Avola
Pasta Norma (tem opções com diferentes tipos de massa)
Pasta Nera
Arancino
Ravioli de Ricota Salgada ao Pistacchio
Cuzcuz de peixe
Torrone mórbido
Cannoli
Tudo de pistache!
Referência Cinematográfica!
Malena
Cinema Paradiso (Giuseppe Tornatore)
Baarìa – A Porta do Vento
O Poderoso Chefão (inspirada na Cosa Nostra – a máfia siciliana)





Belas fotos... belo texto.. parabéns pelo site.