Ghent

Graslei

Ghent (lá você vai ler Gent/Gand) fica há 30 minutos de trem de Bruxelas e foi uma das cidades mais surpreendentes de toda a viagem! Nós decidimos montar base em Bruxelas para conhecer as cidades da Bélgica, mas também poderia ter sido Ghent que sabidamente tem uma vida noturna mais agitada. Caso a base seja em Bruxelas, como nós fizemos, minha sugestão para facilitar o bate-volta é ficar em um hotel próximo à estação de trem. É possível fazer viagens de um dia para Ghent, Brugge, Antwerp e Rotterdam. Desta vez, visitamos apenas Ghent e Brugge

Ghent é uma animada cidade universitária com ruas fofíssimas e limpas, banhadas por um mar de bicicletas e lindos canais, gente jovem, restaurantes moderninhos com muitas opções saudáveis e apetitosas! Ela é considerada a capital veggie da Europa, já que todos os restaurantes possuem pelo menos uma opção no menu e eles também instituíram a quinta-feira vegetariana. Não sou vegetariana mas experimentei um hambúrguer de espinafre e achei delicioso!!!

Já na chegada, a estação de trem Gent-St-Pieters impressiona, é uma das mais lindas que vi na Europa. Saindo dela você já se depara com o mar de bicicletas estacionadas do outro lado da rua. O centro histórico da cidade não é tão longe, é possível ir caminhando mas o trajeto não é tão interessante. Caso decida ir direto para lá, sugiro pegar o bonde elétrico ali da estação mesmo. Como queríamos visitar o Museu de Belas Artes, fizemos tudo caminhando pois ele fica no meio do caminho.

O MSK (Museu de Belas Artes) fica dentro do Citadelpark e de frente para a Universidade. O Citadelpark, embora bem menor, me lembrou bastante o Centrar Park com seus túneis. O MSK guarda preciosidades dos artistas flamengos, incluindo tapeçarias, esculturas, pinturas como o “Retrato de um Cleptomaníaco” de Théodore Géricault (ao lado), e é lá que vem sendo restaurado a obra-prima mais cobiçada de todos os tempos, o “A Adoração do Cordeiro Místico” dos irmãos Hubert e Jan van Eyck. A sala de restauração é de vidro, é possível observar o trabalho.

A obra consiste em um conjunto de painéis cuja história foi tão conturbada que virou filme, “Caçadores de Obras Primas”, estrelado por George Clooney. Basicamente desde o século XVI até o final da Segunda Guerra Mundial ela foi sendo escondida, protegida, separada, quase queimada, roubada, resgatada e só em 1945 ela foi devolvida para a cidade de Ghent, onde hoje segue exposta na Catedral de St. Bavo.

De lá, seguimos para o centro da cidade pela Veldstraat, principal rua comercial da cidade onde você encontra as principais lojas como H&M, C&A e Zara e onde há também uma boa oferta de restaurantes como o Midtown onde almoçamos e comi o tal hambúrguer de espinafre delicioso. Há também um restaurante chamado Balls and Glory, uma rede presente em várias cidades da Bélgica onde você escolhe a bola que pode ser de carne, frango, vegetais, etc, e o acompanhamento que pode ser purê, salada, etc. Experimentei em Bruxelas, achei bem prático e ospreçosão razoáveis.

Ao final dessa rua você já avista as três principais atrações da cidade: Igreja de São Nicolau, o Belfort, campanário de 1442 – são 256 degraus até o topo; e a Catedral de St. Bavo, onde

está a tela do cordeiro.

Ali você também encontra bons restaurantes e pode aproveitar para as delícias típicas como os waffles, chocolates ou o cuberdon, bala de goma com recheio melado (que não me apeteceu, parece ser muito doce).

Mais adiante, na St. Michael’s Bridge, desacelere para admirar o Gravensteen, o Castelo dos Condes e os edifícios visitados há pouco, o Campanário, Igreja St Bavo e Igreja de São Nicolau.

O fim de tarde fica por conta da rua Graslei, antiga sede do porto, ela acompanha o canal e, além de ser uma das ruas mais bonitas de Ghent, é repleta de bares e cafés com mesinhas na calçada. Como estive na cidade no verão, as pessoas pareciam desesperadas para curtir o dia ensolarado à beira dos canais. Barcos iam para lá e para cá, as pessoas em suas roupas de banho, comendo, bebendo e mergulhando vez ou outra. Não me pergunte se a água dos canais é apropriada para banho, mas Ghent é uma cidade universitária, libertária e viva! Ela possui o charme arquitetônico de Bugge e a vibração percebida em seu apelido de “Manhattan Medieval”.

Não deu tempo de ir mas parece interessante:

Museu de Design

Werregarenstraat, beco projetado pela prefeitura como um ponto livre para o grafite. Pelo que vi em fotos, parece muito com o Beco do Batman, em São Paulo.